A maternidade é linda, sim. Mas também é desafiadora, solitária em alguns momentos, cansativa, imprevisível. Viver a maternidade sem romantização não é negar o amor que existe, é apenas aceitar a realidade como ela é: cheia de contrastes.
Neste artigo, vamos falar sobre como abraçar a maternidade com mais autenticidade — aceitando os dias bons e ruins, as conquistas e os tropeços — e como isso pode tornar a jornada mais leve, humana e verdadeira.
O que é romantizar a maternidade?
Romantizar é idealizar. É criar uma imagem perfeita, cor-de-rosa, onde a mãe está sempre feliz, realizada, paciente, plena. Onde o bebê dorme bem, mama sorrindo e tudo funciona com harmonia.
Esse tipo de narrativa é comum em comerciais, filmes e redes sociais — mas não corresponde à realidade da maioria das mães. E quando a realidade não bate com essa imagem idealizada, nasce a frustração, a culpa, o sentimento de inadequação.
Por que precisamos parar de romantizar a maternidade?
Porque a romantização:
- Cria expectativas irreais
- Faz com que a mãe se sinta sozinha quando está exausta
- Gera culpa por não estar “aproveitando cada segundo”
- Silencia sentimentos legítimos como medo, raiva e tristeza
Ao tirar o filtro da maternidade perfeita, damos espaço para um olhar mais acolhedor e verdadeiro. E isso é libertador.
Maternidade real: feita de altos e baixos
A maternidade real é feita de:
- Dias em que você sente que deu conta de tudo
- Dias em que só conseguiu sobreviver
- Momentos de conexão profunda com seu filho
- Momentos em que tudo parece fora do controle
E tudo isso faz parte. A leveza na maternidade nasce não da perfeição, mas da aceitação. Aceitar que é normal não dar conta de tudo. Que está tudo bem não se sentir grata o tempo todo. Que ser mãe é incrível, mas também é difícil.
Acolher os altos: celebrar sem cobrança
Os momentos bons merecem ser celebrados — mas sem a pressão de que “tudo tem que ser lindo o tempo todo”. Quando o bebê dorme bem, quando o sorriso vem fácil, quando o dia flui… aproveite. Mas sem se cobrar para que seja sempre assim.
Viver o presente com gratidão é diferente de exigir que ele seja perfeito.
Acolher os baixos: validar os sentimentos
Nos dias difíceis, o que você mais precisa é de acolhimento — e isso começa em você. Em vez de pensar “não devia estar me sentindo assim”, troque por:
- “É normal eu estar cansada”
- “É compreensível me sentir irritada hoje”
- “Eu também preciso de colo”
Validar os próprios sentimentos é o primeiro passo para viver com mais leveza.
Como praticar uma maternidade mais real e consciente
1. Compartilhe a verdade com outras mães
Falar sobre os desafios da maternidade cria laços sinceros. Outras mães passam pelas mesmas coisas — quando você compartilha, você acolhe e é acolhida.
2. Filtre o que consome nas redes sociais
Siga pessoas que mostram a maternidade real, que falam de forma honesta, que te inspiram sem te pressionar. E lembre-se: redes sociais são recortes, não retratos completos.
3. Pare de se comparar
Cada mãe, cada bebê, cada família tem sua dinâmica. Comparar só gera frustração. Foque no que funciona pra você e respeite o seu tempo.
4. Busque ajuda sem vergonha
Falar com um psicólogo, pedir ajuda à família ou contratar apoio quando possível não é fracasso. É autocuidado. Maternidade leve também é maternidade com suporte.
5. Lembre-se que tudo passa
As fases mais difíceis vão passar. O bebê vai crescer. A rotina vai mudar. Isso não significa que tudo será fácil, mas sim que nenhuma fase dura para sempre.
Você não precisa fingir que está tudo bem
Se você está cansada, diga. Se está sobrecarregada, peça ajuda. Se está feliz, aproveite. Se está triste, acolha-se.
A maternidade sem romantização é uma maternidade mais leve porque permite que você seja real. E ser real é infinitamente mais bonito do que parecer perfeita.
A leveza está na verdade
A verdade é libertadora. Quando você se permite viver a maternidade com autenticidade — sem máscaras, sem filtros, sem cobranças — você encontra uma nova forma de viver: mais presente, mais conectada, mais humana.
A maternidade não precisa ser perfeita. Precisa apenas ser sua. Com altos, baixos, amor, caos, paciência e impaciência. Porque no fim das contas, é na imperfeição que mora a beleza da vida real.