Em um mundo acelerado, onde a produtividade parece ser medida o tempo todo, muitas mães se veem tentando dar conta de tudo — e ainda se cobrando por não estarem “presentes o suficiente” na criação dos filhos. A boa notícia é: estar presente não tem nada a ver com tempo idealizado, mas com qualidade, conexão e verdade.
Neste artigo, vamos falar sobre como viver uma maternidade mais consciente, com mais presença real e menos cobranças impossíveis — criando filhos emocionalmente seguros e mães emocionalmente mais leves.
O que significa estar presente?
Estar presente não é estar 100% do tempo ao lado do filho, sem distrações, com disponibilidade emocional perfeita. Isso seria humanamente impossível — e injusto de se exigir.
Estar presente é:
- Parar para ouvir com atenção
- Olhar nos olhos
- Notar os sentimentos da criança
- Deixar o celular de lado por alguns minutos
- Viver o agora, mesmo que por instantes
Presença é sobre qualidade na conexão, não sobre quantidade de horas.
A armadilha da cobrança constante
Muitas mães se cobram por:
- Trabalhar fora e não estar com os filhos o tempo todo
- Precisar usar a TV ou o celular para entreter a criança por alguns minutos
- Não ter disposição para brincar todos os dias
- Sentirem vontade de estar sozinhas
Mas tudo isso é normal. A cobrança nasce de um ideal inatingível: o de que mãe boa é a que se doa por completo, 24 horas por dia, sem pausas. Só que mães são humanas — e humanos precisam de limites, descanso e equilíbrio.
A importância da presença verdadeira para o desenvolvimento emocional
Quando você se conecta de forma genuína com seu filho, mesmo que por poucos minutos, ele:
- Se sente visto
- Aprende a confiar nos próprios sentimentos
- Desenvolve segurança emocional
- Aprende, pelo exemplo, a também respeitar o tempo do outro
Não é sobre fazer mil atividades por dia. É sobre fazer poucas coisas, mas com atenção e afeto.
Dicas práticas para estar mais presente (sem se sobrecarregar)
1. Crie pequenos rituais diários
Não precisa ser algo complexo. Pode ser:
- Um momento de conversa antes de dormir
- Tomar café da manhã juntos sem celular
- Um abraço apertado toda manhã
- Uma música para dançar juntos no fim do dia
Esses rituais constroem memórias afetivas e fortalecem o vínculo.
2. Desconecte para se conectar
Sempre que possível, afaste as distrações digitais. Deixe o celular em outro cômodo por um tempo e entregue-se ao momento. Dez minutos de atenção verdadeira valem mais do que horas em presença ausente.
3. Pratique a escuta ativa
Quando seu filho fala, olhe nos olhos. Escute com o coração. Responda com empatia. Isso ensina que a voz dele importa — e isso se reflete na autoestima.
4. Dê atenção ao que interessa para a criança
Pode ser aquele desenho repetido, a história que ela já contou mil vezes ou a brincadeira com blocos. Quando você entra no universo dela, mesmo que por pouco tempo, cria conexão.
5. Tire o peso da perfeição
Nem todos os dias serão assim. Ter dias ruins, estar cansada, dizer “hoje não dá” — tudo isso faz parte. O que importa é o conjunto da jornada, não um dia isolado.
Como lidar com a culpa por não estar sempre presente
A culpa aparece quando acreditamos que deveríamos estar o tempo todo disponíveis — mas isso não é possível. E tudo bem.
O que você pode fazer:
- Acolher a culpa sem deixá-la dominar
- Lembrar das vezes em que esteve presente de verdade
- Planejar pequenos momentos de conexão quando possível
- Lembrar que você está fazendo o melhor que pode, com o que tem
Seu filho não precisa de uma mãe perfeita. Precisa de uma mãe que tenta, se importa e está ali com verdade.
Menos cobrança, mais conexão
Criar filhos com presença é mais sobre estar inteira nos momentos em que está junto do que sobre estar o tempo todo por perto.
E quanto menos você se cobra por ser perfeita, mais espaço existe para a verdadeira conexão acontecer. Porque quando você se acolhe como mãe, também ensina seu filho a se acolher como pessoa.
Presença é vínculo. É afeto. É a base para criar crianças mais seguras e mães mais leves.