Você já se pegou dizendo “tá tudo bem, eu dou conta” mesmo sentindo o peso do cansaço no corpo e na mente? Muitas mães fazem isso. Tentam ser fortes o tempo todo, acumulam tarefas, ignoram os próprios limites e recusam ajuda — por orgulho, por medo de julgamento ou porque acham que “mãe que é mãe tem que dar conta”.
Mas aqui vai uma verdade libertadora: aceitar ajuda é um dos maiores atos de autocuidado na maternidade.
Neste artigo, vamos conversar sobre como acolher o apoio dos outros pode tornar sua jornada materna mais leve, equilibrada e saudável.
A ilusão de que precisamos dar conta de tudo
A imagem da “mãe que faz tudo sozinha” ainda é valorizada em muitos espaços. É comum ouvir elogios como:
- “Ela é guerreira!”
- “Faz tudo pelos filhos”
- “Não precisa de ninguém”
Só que, por trás dessa imagem, muitas vezes há exaustão, solidão e sobrecarga invisível. Mãe nenhuma deveria ter que carregar o mundo nas costas.
A maternidade é um projeto coletivo, e não um desafio solitário.
Por que temos dificuldade em aceitar ajuda?
Algumas razões comuns:
- Medo de parecer fraca
- Vergonha de expor vulnerabilidades
- Desconfiança de que outra pessoa não fará “do jeito certo”
- Crenças limitantes (“eu que escolhi ser mãe, então tenho que aguentar”)
- Experiências anteriores de falta de apoio real
Esses sentimentos são válidos. Mas é importante lembrar que aceitar ajuda não te diminui — te fortalece.
O que muda quando você aceita ajuda?
- Você descansa mais
- Tem mais tempo para cuidar de si
- Reduz a sobrecarga mental
- Se sente mais acolhida e menos sozinha
- Cria um ambiente mais equilibrado para o bebê
Além disso, quando você aceita ajuda, permite que o outro se aproxime e compartilhe o cuidado. Isso cria laços importantes — tanto para você quanto para a criança.
Como começar a aceitar ajuda com mais leveza
1. Reconheça que você tem limites
Você é humana. Não foi feita para dar conta de tudo. E está tudo bem em dizer “eu preciso de ajuda”. Isso é força, não fraqueza.
2. Comece com pequenas permissões
Aceitar ajuda não precisa ser grandioso. Pode começar com:
- Alguém preparando uma refeição pra você
- Uma amiga que segura o bebê enquanto você toma banho
- Um familiar que faz uma compra rápida
Esses pequenos gestos fazem uma enorme diferença.
3. Especifique o tipo de ajuda que precisa
Muitas pessoas querem ajudar, mas não sabem como. Ser clara facilita:
- “Você pode me trazer comida?”
- “Pode pegar algo no mercado?”
- “Preciso conversar, pode me ouvir sem julgamento?”
Pedir não é exigir — é se comunicar com honestidade.
4. Permita que façam do jeito deles
Nem tudo será feito do seu jeito — e tudo bem. O importante é que a tarefa seja feita. Aprender a abrir mão do controle também é um exercício de leveza.
5. Crie uma rede de apoio afetiva
Pode ser formada por:
- Parente próximo
- Parceiro/parceira
- Amigas
- Vizinhos de confiança
- Grupos de mães (presenciais ou online)
O importante é ter com quem contar — mesmo que seja só para desabafar.
E se eu não tiver ninguém?
Se sua realidade for de pouca ou nenhuma rede de apoio, vale:
- Buscar grupos de mães na internet
- Conversar com profissionais da saúde (muitos postos de saúde oferecem suporte emocional)
- Criar pequenos respiros ao longo do dia, mesmo que seja 10 minutos no banho
- Aceitar serviços externos quando possível (delivery, lavanderia, refeições prontas)
A maternidade não precisa ser solitária, mesmo quando física ou geograficamente você está só.
Quem acolhe também merece acolhimento
Você dedica amor, tempo, energia e presença ao seu filho. Mas e você, quem cuida de você?
Aceitar ajuda é permitir que a maternidade seja também um espaço de troca, de afeto, de suporte. É sair do modo de sobrevivência e entrar em um modo mais leve, mais saudável e mais humano. Você não precisa provar nada pra ninguém. Você só precisa viver essa experiência de forma mais gentil — com você mesma.